quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Formação “Escravo, nem Pensar!” acontece na URE de Imperatriz

O Governo do Estado, através de uma parceria com a ONG Repórter Brasil, oferece mais uma etapa do projeto “Escravo, Nem Pensar!”. Desta vez, a formação continuada aconteceu com professores (as) das escolas públicas estaduais de Imperatriz, nos dias 15 e 16/02, tendo como foco o desenvolvimento de projetos nas escolas e como missão difundir o conhecimento a respeito do tráfico de pessoas e trabalho escravo contemporâneo, como forma de combater essa violação dos direitos humanos. 
O projeto “Escravo, nem Pensar!” prevê a formação de 10.000 professores que atuam em todos os segmentos e modalidades de ensino (Fundamental/Médio/Educação de Jovens e Adultos) de 72 municípios, em sete regiões do Maranhão. Nessas áreas estão localizadas 316 escolas e cerca de 190 mil alunos serão atendidos. A formação também foi ofertada para gestores regionais, técnicos das UREs e Secretaria de Educação (Seduc).
Profª Rosyjane Paula, gestora da UREI, durante abertura da formação
Foto: Cida Marconcine
Na abertura da formação, participaram da composição da mesa solene a gestora e a diretora da UREI, profª Rosyjane Paula e profª Drª Orleane Santana, respectivamente, e representantes da Delegacia Regional do Trabalho de Imperatriz, advogado Paulo Vinicius; do Centro de Cultura Negra Negro Cosme (CCNNC), professora Izaura Silva; e do Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos de Açailândia, professor Milton Teixeira Santos Filho.
“Esta é uma formação de grande importância voltada ao combate do trabalho escravo no Maranhão, por meio da prevenção. O projeto Escravo, Nem Pensar! considera que a maneira mais eficaz de erradicar violações aos direitos humanos, é pela educação devido ao seu papel transformador e libertador”, esclarece a diretora Regional de Educação de Imperatriz, profª Orleane Santana.
Cada escola inscreveu três professores (as) para a formação
Foto: Cida Marconcine
“Essa formação é só o primeiro passo, frente a esta grande problemática que é o trabalho escravo contemporâneo. A educação é o caminho vital para se combater a escravidão ou qualquer tipo que situação análoga ao trabalho escravo, e que contrarie a dignidade humana”, destaca a profª Rosyjane Paula durante sua fala.
 Palestra com o professor Milton Teixeira Santos Filho
                Foto: Cida Marconcine
Em seguida, o projeto Escravo Nem Pensar!, que é uma das ações formativas para a Diversidade, foi apresentado pelas professoras Eró Cunha e Doralice Mota aos participantes. Cada escola inscreveu três professores (as) e recebeu um kit com todo o material (impresso e digital), utilizado na formação, que servirá de apoio para a socialização com alunos e professores. Algumas palestras fizeram parte da programação, como: "Trabalho Escravo: um desafio de todos", com o professor Milton Teixeira Santos Filho, que é representante Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos de Açailândia; “Migrações e Trabalho Escravo", com o professor Dr. Jailson Macedo Sousa (Geografia/UEMA/CESI); e “Trabalho Escravo Contemporâneo no Brasil”, com João Antonio Moreira França, que é agente da Campanha Nacional de Prevenção e Combate ao Trabalho Escravo pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) de Balsas (MA) e vice-presidente da Comissão Estadual para Erradicação do Trabalho Escravo no Maranhão (COETRAEMA).
Durante os dois dias de formação, os professores tiveram a oportunidade de refletir e discutir sobre as causas estruturais do trabalho escravo e as consequências desse tipo de exploração, conferindo a essa questão sua dimensão social, política, econômica e ambiental. Também puderam construir de forma coletiva o perfil de um trabalhador migrante, que normalmente é alvo fácil dos aliciadores para o trabalho escravo. Outra atividade realizada foi a elaboração, em grupos, do plano de ação, que irá nortear os projetos a serem desenvolvidos nas escolas sobre trabalho escravo contemporâneo e temas correlatos, de forma a multiplicar, na sala de aula e nas comunidades, as informações e conhecimentos adquiridos durante a formação.
Participantes elaboram o plano de ação do Escravo Nem Pensar!
Foto: Cida Marconcine
“É impressionante pensar que bem perto de nós há tantos índices de trabalho escravo. A escola precisa abrir os olhos para essa realidade e multiplicar a ideia de prevenção, combate e garantia dos direitos humanos. A temática é instigante e a formação realizada aqui na UREI foi conduzida de maneira dinâmica e interativa. Somos agora multiplicadores. Escravo, nem pensar”, conta a professora Ízea Folha Damasceno Santos, que é coordenadora do CE Graça Aranha e que participou ativamente dos dois dias de formação.
No mês de março, a formação também será oferecida aos professores (as) dos outros municípios (Davinópolis, João Lisboa, Senador La Roque, Buritirana, Amarante, Porto Franco, Estreito, São João do Paraíso, Campestre, Lajeado Novo, Montes Altos, Governador Edison Lobão e Ribamar Fiquene), que integram a Unidade Regional de Educação de Imperatriz (UREI).

Texto: Cida Marconcine

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