segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Governo do Estado oferece formação “Escravo, nem Pensar!” para técnicos pedagógicos da UREI

Texto: Cida Marconcine

Formadoras Regionais da UREI: profª Doralice Mota e Eró Cunha
Foto: Cida Marconcine

O Governo do Estado, através de uma parceria com a ONG Repórter Brasil, oferece a formação continuada “Escravo, nem Pensar!” para técnicos (as) pedagógicos (as) das Unidades Regionais de Educação (UREs) de todo o Maranhão, tendo como foco desenvolver projetos de conscientização sobre a problemática nas escolas da rede pública estadual.
“O projeto tem como enfoque pedagógico o combate e prevenção do trabalho escravo e fomentará a produção de projetos pedagógicos e práticas educativas sobre essa temática, contribuindo para que o Estado saia do cenário do trabalho escravo”, afirma a profª Áurea Prazeres, secretária de Educação do Maranhão.
Na URE de Imperatriz, nesta primeira etapa, a formação aconteceu nos dias 27/10 e 03/11, com objetivo de preparar a equipe responsável pela formação dos educadores e acompanhamento de atividades escolares, com socialização de conteúdo da formação presencial realizada em São Luís (período de 22 a 25/09), com a participação de gestores e técnicos da rede estadual de ensino (formadores regionais). Na URE de Imperatriz as formadoras regionais, responsáveis pelo projeto, são as professoras Eró Cunha e Doralice Mota.
O projeto “Escravo, nem Pensar!” prevê a formação de 10.000 professores que atuam em todos os segmentos e modalidades de ensino (Fundamental/Médio/Educação de Jovens e Adultos) de 72 municípios, em sete regiões do Maranhão. Nessas áreas estão localizadas 316 escolas e cerca de 190 mil alunos serão atendidos. Além disso, contempla formação direta de gestores regionais, técnicos das UREs e Secretaria de Educação (Seduc).
“Esta é uma formação de grande importância voltada ao combate do trabalho escravo no Maranhão, por meio da prevenção. O projeto Escravo, nem Pensar! considera que a maneira mais eficaz de erradicar violações aos direitos humanos, como o trabalho escravo, é pela educação devido ao seu papel transformador e libertador”, esclarece a diretora Regional de Educação de Imperatriz, profª Orleane Santana.
Técnicos pedagógicos da Urei, participantes da formação Escravo, nem Pensar!
Foto: Cida Marconcine
 As populações vulneráveis estão mais suscetíveis a aceitar propostas de emprego enganosas e acabam sendo exploradas. O trabalho escravo e a precariedade socioeconômica são duas dinâmicas interdependentes”, explica Natália Suzuki, coordenadora do programa Escravo, nem Pensar!. Também fazem parte da equipe, Thiago Casteli (coordenador assistente) e Jéssica Stuque (educadora).
“Esta formação está instigando nosso olhar para algumas questões, que na maioria das vezes, passam despercebidas por nós, tais como: o que é trabalho escravo? Ainda existe trabalho escravo no Brasil? Quais são esses trabalhadores escravizados? Quem os alicia? E como isso ocorre? Partindo desses questionamentos e muitas discussões chegamos a conclusão que nosso papel enquanto educadores é prevenir e orientar os estudantes e a comunidade sobre o que caracteriza o trabalho escravo e como defender-se de tais armadilhas”, afirma a profª Eró Cunha.
Opinião que também é compartilhada pela profª Doralice Mota: “Esta é uma formação para a cidadania, que visa o combate ao trabalho escravo contemporâneo. Por mais que imaginemos que esta é uma realidade distante de nossa cidade, muito pelo contrário. A maioria dos trabalhadores resgatados em situação análogas à escravidão, em outros estados, Imperatriz aparece em 4º lugar no Maranhão, como município de origem desses trabalhadores. Por isso, desenvolver esta temática em sala de aula é de grande importância para a comunidade escolar”, completa ela.
Para a segunda etapa, a formação Escravo, nem Pensar será oferecida aos gestores escolares, coordenadores e professores das escolas estaduais vinculadas à UREI, nos dias 26 e 27/11, com intuito de fornecer materiais didáticos, subsídios teóricos e referências práticas para que sejam realizadas atividades nas escolas. E uma terceira etapa do projeto também está prevista, para o próximo ano letivo (2016), como apoio e acompanhamento, realização de projetos, abordagem em sala de aula, concursos culturais, atividades abertas a comunidades e institucionalização do tema. Serão atendidas, nesta Regional de Educação, escolas de 14 municípios: Imperatriz, Davinópolis, João Lisboa, Senador La Roque, Buritirana, Amarante, Porto Franco, Estreito, São João do Paraíso, Campestre, Lajeado Novo, Montes Altos, Governador Edison Lobão e Ribamar Fiquene.



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