Texto: Cida
Marconcine
Formadoras Regionais da UREI: profª Doralice Mota e Eró Cunha Foto: Cida Marconcine |
O
Governo do Estado, através de uma parceria com a ONG Repórter Brasil, oferece a
formação continuada “Escravo, nem Pensar!” para técnicos (as) pedagógicos (as)
das Unidades Regionais de Educação (UREs) de todo o Maranhão, tendo como foco desenvolver
projetos de conscientização sobre a problemática nas escolas da rede pública
estadual.
“O
projeto tem como enfoque pedagógico o combate e prevenção do trabalho escravo e
fomentará a produção de projetos pedagógicos e práticas educativas sobre essa
temática, contribuindo para que o Estado saia do cenário do trabalho escravo”,
afirma a profª Áurea Prazeres, secretária de Educação do Maranhão.
Na
URE de Imperatriz, nesta primeira etapa, a formação aconteceu nos dias 27/10 e
03/11, com objetivo de preparar a equipe responsável pela formação dos
educadores e acompanhamento de atividades escolares, com socialização de
conteúdo da formação presencial realizada em São Luís (período de 22 a 25/09), com
a participação de gestores e técnicos da rede estadual de ensino (formadores
regionais). Na URE de Imperatriz as formadoras regionais, responsáveis pelo
projeto, são as professoras Eró Cunha e Doralice Mota.
O projeto “Escravo, nem Pensar!” prevê a
formação de 10.000 professores que atuam em todos os segmentos e modalidades de
ensino (Fundamental/Médio/Educação de Jovens e Adultos) de 72 municípios, em
sete regiões do Maranhão. Nessas áreas estão localizadas 316 escolas e cerca de
190 mil alunos serão atendidos. Além disso, contempla formação direta de
gestores regionais, técnicos das UREs e Secretaria de Educação (Seduc).
“Esta
é uma formação de grande importância voltada ao combate do trabalho escravo no
Maranhão, por meio da prevenção. O projeto Escravo, nem Pensar! considera que a
maneira mais eficaz de erradicar violações aos direitos humanos, como o
trabalho escravo, é pela educação devido ao seu papel transformador e
libertador”, esclarece a diretora Regional de Educação de Imperatriz, profª
Orleane Santana.
Técnicos pedagógicos da Urei, participantes da formação Escravo, nem Pensar! Foto: Cida Marconcine |
“As populações vulneráveis
estão mais suscetíveis a aceitar propostas de emprego enganosas e acabam sendo exploradas.
O trabalho escravo e a precariedade socioeconômica são duas dinâmicas
interdependentes”, explica Natália Suzuki, coordenadora do programa Escravo,
nem Pensar!. Também fazem parte da equipe, Thiago Casteli (coordenador
assistente) e Jéssica Stuque (educadora).
“Esta formação está instigando nosso
olhar para algumas questões, que na maioria das vezes, passam despercebidas por
nós, tais como: o que é trabalho escravo? Ainda existe trabalho escravo no
Brasil? Quais são esses trabalhadores escravizados? Quem os alicia? E como isso
ocorre? Partindo desses questionamentos e muitas discussões chegamos a
conclusão que nosso papel enquanto educadores é prevenir e orientar os
estudantes e a comunidade sobre o que caracteriza o trabalho escravo e como
defender-se de tais armadilhas”, afirma a profª Eró Cunha.
Opinião que também é compartilhada pela
profª Doralice Mota: “Esta é uma formação para a cidadania, que visa o combate
ao trabalho escravo contemporâneo. Por mais que imaginemos que esta é uma
realidade distante de nossa cidade, muito pelo contrário. A maioria dos
trabalhadores resgatados em situação análogas à escravidão, em outros estados,
Imperatriz aparece em 4º lugar no Maranhão, como município de origem desses
trabalhadores. Por isso, desenvolver esta temática em sala de aula é de grande
importância para a comunidade escolar”, completa ela.
Para a segunda etapa, a formação
Escravo, nem Pensar será oferecida aos gestores escolares, coordenadores e
professores das escolas estaduais vinculadas à UREI, nos dias 26 e 27/11, com
intuito de fornecer materiais didáticos, subsídios teóricos e referências
práticas para que sejam realizadas atividades nas escolas. E uma terceira etapa do
projeto também está prevista, para o próximo ano letivo (2016), como apoio e
acompanhamento, realização de projetos, abordagem em sala de aula, concursos
culturais, atividades abertas a comunidades e institucionalização do tema.
Serão atendidas, nesta Regional de Educação, escolas de 14 municípios:
Imperatriz, Davinópolis, João Lisboa, Senador La Roque, Buritirana, Amarante,
Porto Franco, Estreito, São João do Paraíso, Campestre, Lajeado Novo, Montes
Altos, Governador Edison Lobão e Ribamar Fiquene.
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