Texto: Cida Marconcine
Abertura da Formação Escravo, Nem Pensar! |
Acontece de 22 a 25/09, em São Luís, a Formação de gestores
da rede estadual de ensino do Maranhão sobre o tema do trabalho escravo e
assuntos correlatos. A gestora Regional de Educação de Imperatriz, profª Rosyjane Paula,
participou da mesa solene na abertura do evento. A secretária adjunta
de Ensino, profª Ilma Fátima, representando a secretária de Educação, profª
Aurea Prazeres, também compôs a mesa. Outras autoridades estiveram presentes com
o superintendente de Modalidades e Diversidades Educacionais, Claudinei de
Jesus Rodrigues, a supervisora da Educação Indígena, profª Gildete Dutra e a
coordenadora do programa, Natália Suzuki.
Este
programa de educação é uma parceria do Governo do Maranhão com a ONG Repórter
Brasil, com objetivo de desenvolver projetos de conscientização nas escolas da
rede pública estadual. "Por um Maranhão livre de trabalho escravo!"
“O projeto tem como enfoque pedagógico o
combate e prevenção do trabalho escravo e fomentará a produção de projetos
pedagógicos e práticas educativas sobre essa temática, contribuindo para que o
Estado saia do cenário do trabalho escravo”, afirma Áurea Prazeres, secretária
de Educação do Maranhão.
Participantes da UREI: profª Orleane Evangelista, profª Doralice Mota e profª Eró Cunha |
“Esta é uma formação de grande importância
voltada ao combate do trabalho escravo no Estado do Maranhão, por meio da
prevenção. O programa Escravo, nem Pensar! considera que a maneira mais eficaz
de erradicar violações aos direitos humanos, como o trabalho escravo, é pela
educação devido ao papel transformador e libertador. Em função disso, foi feita
uma parceria com o Governo do Maranhão para que esse magnífico programa seja
desenvolvido em nossas escolas estaduais”, conta a diretora Regional de
Educação de Imperatriz, profª Orleane Evangelista.
“As populações vulneráveis estão mais
suscetíveis a aceitar propostas de emprego enganosas e acabarem exploradas. O
trabalho escravo e a precariedade socioeconomicamente são duas dinâmicas interdependentes”,
explica Natália Suzuki, coordenadora do programa Escravo, nem Pensar!. Fazem
parte ainda da equipe, Thiago Casteli (coordenador assistente) e Jéssica Stuque
(educadora).
O projeto prevê a formação de 10.000 professores
que atuam em todos os segmentos e modalidades de ensino
(Fundamental/Médio/Educação de Jovens e Adultos) de 72 municípios, em sete
regiões do Maranhão. Nessas áreas em que o programa Escravo, nem Pensar!
atuará, estão localizadas 316 escolas, cerca de 190 mil alunos serão atendidos. Além
disso, contempla de formação direta de 50 gestores e técnicos das Unidades
Regionais de Educação (UREs) e Secretaria de Educação (Seduc).
“Esta formação está instigando nosso olhar
para algumas questões, que na maioria das vezes, passam despercebidas por nós,
tais como: o que é trabalho escravo? Ainda existe trabalho escravo no Brasil?
Quais são esses trabalhadores escravizados? Quem os alicia? E como isso ocorre?
Partindo desses questionamentos e muitas discussões chegamos a conclusão que
nosso papel enquanto educadores é prevenir e orientar os estudantes e a
comunidade sobre o que caracteriza o trabalho escravo e como defender-se de
tais armadilhas”, afirma a profª Eró Cunha, integrante da Ceiri/UREI, que
participa da formação.
A formação acontece em São Luís, durante toda a semana |
Opinião que também é compartilhada pela
profª Doralice Mota (Ceiri/UREI): “Esta é uma formação para a cidadania, que
visa o combate ao trabalho escravo contemporâneo. Por mais que imaginemos que
esta é uma realidade distante de nossa cidade, muito pelo contrário. A maioria
dos trabalhadores resgatados em situação analógica à escravidão, em outros
estados, Imperatriz aparece em 4º lugar no Maranhão, como município de origem
desses trabalhadores. Por isso, trabalhar esta temática em sala de aula é de
grande importância para a comunidade escolar”, completa a técnica pedagógica da
UREI.
A ação formativa acontecerá em duas etapas. A primeira é
esta formação de gestores da rede de ensino estadual. A etapa seguinte se
refere ao trabalho de multiplicação a ser realizado no intuito de formar os
professores de suas regiões. A metodologia do projeto prevê atividades
formativas presenciais e ações realizadas pelo método de ensino à distância. Site
do programa: http://www.escravonempensar.org.br/
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